Disque 100: os casos de violência sexual em 2018

Em 2018, canal de denúncias de violações de direitos humanos recebeu mais de 17 mil denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes

Durante todo o ano de 2018, o Disque 100, canal de denúncia oficial do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, recebeu 17.093 denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes. Das denúncias recebidas, 80,86% são relacionadas ao abuso sexual e 15,78% à exploração sexual. Cada uma dessas violências possui características distintas, mas os danos causados às vítimas são igualmente devastadores.

Abuso Sexual X Exploração Sexual

abuso sexual e a exploração sexual têm características diferentes e acontecem de maneiras distintas. Seguindo as estatísticas dos últimos anos, a grande maioria das denúncias de violência sexual se refere a situações de abuso sexual. Em 2018, 78,51% das denúncias foram classificadas dessa forma, no entanto, outras categorias como o Grooming – assédio sexual de crianças por meio da Internet (1,12% das denúncias) e o Sexting – compartilhamento de mensagens, imagens e vídeos de cunho sexual pela Internet (1,23%), também são consideradas abuso sexual, totalizando 80,86% das denúncias.

Já a exploração sexual contabilizam 15.78% do total de registros do Disque 100, enquanto a pornografia infantil foi representa 12,16% das denúncias.

Quem são as principais vítimas?

Das 17.093 denúncias recebidas de violência sexual contra crianças e adolescentes, 14.116 são casos em que as vítimas são do sexo feminino, o que representa 73,25% do total; enquanto que 17,85% as vítimas são do sexo masculino. Em 8,90% das denúncias, este dado não foi informado.

Com relação à idade, os dados das denúncias recebidas pelo Disque 100 em 2018 mostraram que adolescentes de 12 a 14 anos foram a maioria das vítimas (29,82%); seguidos por crianças de 8 a 11 anos, que representaram 19,52% do total de denúncias.

Os dados divulgados também mostraram que a maioria das vítimas de violência sexual eram negras (39,23%) – a maioria, já que meninas e meninos brancos representaram 29,74% das vítimas e, em 29,87% das denúncias registradas, a cor da pele da vítima não foi registrada.

Além disso, 779 denúncias registradas eram casos em que a vítima era uma criança ou adolescente com deficiência – física, visual, auditiva ou intelectual.

Quem são os agressores e onde acontece a violência sexual?

Uma característica que se repete ao longo dos anos é a proximidade da vítima com os agressores: 48% dos suspeitos de violência sexual contra crianças e adolescentes foram apontados como familiares da vítima; enquanto apenas em 3,57% das denúncias o agressor era desconhecido da criança ou adolescente – em 36% das denúncias, a relação entre o agressor e vítima não foi informada.

Os agressores são, em sua grande maioria, homens (68,27% do total) – principalmente, nas faixas etárias de 25 a 30 anos (10,81%) e 36 a 40 anos (10,53% do total de denúncias registradas). Em 35,60% das denúncias, a idade do suspeito não foi informada.

Já os locais mais comuns onde ocorrem as agressões corroboram que, na maioria dos casos de violência sexual contra crianças e adolescentes, vítima e suspeito tem algum vínculo afetivo/familiar: em 35,33% das denúncias realizadas, a violência aconteceu na casa da vítima; enquanto em 35,17% dos casos, a agressão ocorreu na casa do suspeito.

Como denunciar uma situação de abuso ou exploração sexual de crianças e adolescentes

Há diversos canais de denúncia em que você pode reportar qualquer suspeita de abuso ou exploração sexual de crianças e adolescentes de forma segura e anônima. O Disque 100, por exemplo, é gratuito e funciona 24 horas em todos os dias da semana, recebendo denúncias de quaisquer violações de direitos humanos, incluindo casos de abuso e exploração de meninas e meninos.

Entre no site do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos para mais informações e denuncie qualquer situação de violência sexual contra crianças e adolescentes!

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