Como a Childhood Brasil faz para proteger a infância e a adolescência?

Certificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), a Childhood Brasil trabalha para influenciar a agenda de proteção da infância e adolescência no país, seja em parceria com empresas, com a sociedade civil ou com o governo. A organização tem o papel de garantir que os assuntos relacionados ao abuso e a exploração sexual sejam pauta de politicas publicas e privadas oferecendo informação, soluções e estratégias para os diferentes setores da sociedade.  Continue lendo para saber mais sobre as nossas principais linhas de atuação.

Criada em 1999 pela Rainha Silvia da Suécia com o objetivo de proteger a infância e “garantir que as crianças sejam crianças”, a Childhood Brasil é uma organização brasileira que faz parte da World Childhood Foundation (Childhood), instituição internacional que conta com mais três escritórios: nos Estados Unidos, na Alemanha e na Suécia. O trabalho nos outros escritórios, no entanto, é diferente do Brasil. Os escritórios estrangeiros concentram suas atividades no apoio financeiro a projetos de organizações locais em mais de 16 países.

Childhood Brasil influencia políticas públicas, trabalha junto ao setor privado e estimula a sociedade civil a olhar para a questão da violência sexual contra crianças e adolescentes.

“De uma maneira geral, a Childhood Brasil é uma organização prioritariamente articuladora que acredita que todos da sociedade desempenham papel fundamental na proteção da infância.” afirma Rodrigo Santini, Diretor Executivo da Organização. Acreditamos que proteger crianças e adolescentes não é o papel apenas de pais e responsáveis, professores ou indivíduos específicos, mas de cada cidadão, independente de parentesco ou envolvimento direto com meninos e meninas em situação de risco. “Nosso trabalho é de influenciar a agenda de proteção da infância e adolescência no país, seja com empresas, sociedade civil ou governo. Estimulamos esses três setores a pensar sobre como proteger infância não só na prevenção, mas também na sua gestão. Como quando uma empresa tem operações que podem colocar crianças e adolescentes em risco na sua cadeia de valor, por exemplo.” Complementa Santini. Do lado do governo, estimulamos que políticas públicas saiam do papel e sejam colocadas em prática. Na sociedade, damos visibilidade ao problema, mostrando a importância do papel de cada um na causa.

Apesar de não realizar atendimento direto, a Childhood Brasil, na sua trajetória, já apoio 68 organizações e 127 projetos de base em todo país. Reunindo experiência e aprendizado sobre os desafios, lacunas e oportunidades de promover a proteção integral a crianças e adolescentes no Brasil. Em 2014 a organização passou por um rigoroso planejamento estratégico que definiu, a partir da consolidação da experiência institucional, as três novas frentes de atuação: ADVOCACIA, ASSESSORIA e ENGAJAMENTO.

Advocacia

A área de advocacia atravessa todas as ações da Childhood Brasil, reforçando a postura da organização de incentivar a implementação de políticas públicas e a participação dos atores envolvidos por meio da disponibilização de conceitos e metodologias adequados. Essa área busca a efetivação dos direitos que contribuam para a prevenção e enfrentamento da Violência sexual contra crianças e adolescentes na sociedade

“Um exemplo é o Depoimento Especial. As crianças vitimas de violência sexual devem ser ouvidas de maneira acolhedora e respeitosa, mas na prática isso nem sempre  acontece. Através desta frente, buscamos referências em todo mundo sobre os melhores formatos de escuta protegida e influenciamos o país  no sentido de colocar a escuta protegida em prática. O estabelecimento de salas de depoimento especial evita e/ou reduz o sofrimento e o estresse a que as crianças e adolescentes são submetidos durante o processo de escuta no sistema de justiça brasileiro. Até o presente, já conseguimos implantar mais de 150 salas pelo Brasil”, diz Rodrigo Santini.

 Assessoria

Essa frente é a referência importante de conhecimentos, metodologias e de articulação entre atores-chave para a prevenção e enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes.

“A Assessoria tem o papel de auxiliar principalmente as empresas a pensar em soluções para que a infância e adolescência sejam protegidos nos diferentes setores e cadeias de valor”, afirma Santini. Nesta frente trabalhamos principalmente com os seguintes setores: Transporte e logística (Programa Na Mão Certa), Grandes Empreendimentos e Turismo, incluindo grandes eventos como Mundial de Futebol e Olimpíadas.

 Engajamento

Essa frente tem o objetivo de mobilizar a sociedade no apoio à proteção da infância e adolescência, por meio de uma comunicação eficaz sobre a questão e o que pode e deve ser feito.

 Segundo Rodrigo Santini, “Essa é uma área que queremos explorar mais nos próximos anos. O grande objetivo dessa frente é de tornar a causa visível, mostrar que se não tivermos o envolvimento de todos, esse problema não será resolvido, pois o que não é visto, não é solucionado.”

Além da comunicação, também são desenvolvidos estudos e pesquisas para melhorar o entendimento da causa. Não só com o objetivo de monitorar e aprimorar nossas intervenções, mas de contribuir com politicas publicas e privadas a partir do melhor entendimento sobre o fenômeno.

16 ANOS DE CHILDHOOD BRASIL EM NÚMEROS

– Atualmente, executa 2 programas próprios e 6 projetos;

– Já investiu mais de R$58 milhões em projetos próprios e apoiados;

– Apoiou mais de 127 projetos por meio de 68 instituições;

– 61 pesquisas e publicações realizadas;

– Mais de 1.886 empresas do setor privado influenciadas a enfrentar a violência sexual contra crianças e adolescentes;

– Beneficiou mais de 2 milhões de pessoas, entre crianças e adolescentes, seus familiares e profissionais de diferentes setores.

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