É pedofilia ou não?

O tema gerou polêmica ontem, dia 30/01, nas redes sociais. Foi lançada a seguinte pergunta em discussão da Rádio Globo: “algumas meninas de 12 anos têm hoje corpo de mulher. Pensar maldade seria pedofilia por parte dos homens?”.

Após a manifestação dos internautas, o post foi retirado do ar e seguido de uma retratação por parte da rádio.

É dever de todo adulto zelar pelo desenvolvimento pleno e proteção de crianças e adolescentes. “Um adulto que acusa uma garota de 12 anos de provocar uma situação de abuso sexual está fazendo o inverso do que propõe a doutrina de proteção integral consagrada pela nossa constituição da República Federativa do Brasil e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA: em vez de proteger, está estimulando a violação de seus direitos fundamentais”, diz Itamar Gonçalves, Gerente de Programas da Childhood Brasil.

Assunto polêmico
As reações geradas pelo post da rádio Globo refletem quão polêmica é a discussão do tema de violência sexual e, nesse caso específico, a abordagem da pedofilia.

Childhood Brasil acredita que é preciso ter muito cuidado para abordar a violência sexual de crianças e adolescentes, um assunto rodeado de tabu e de silêncio. É necessária uma compreensão mais profunda do que é violência sexual, das diversas causas que geram esse tipo de violência e dos limites. Abordar o tema não é uma tarefa fácil para quem não está no dia a dia dessa discussão.

Alguns cuidados na comunicação são fundamentais para proteger e não estigmatizar as crianças e adolescentes que estão sofrendo alguma forma de violência ou negligência. Para orientar profissionais da área, a Childhood Brasil elaborou um guia com orientações de comunicação sobre violência sexual contra crianças e adolescentes. Entenda melhor sobre o tema.

Como a mídia aborda o tema pedofilia
Uma questão bastante discutida é sobre o termo “pedofilia” que vem sendo erroneamente difundido pela mídia ao abordar casos de abuso sexual. Pedofilia se trata de uma doença, um desvio de sexualidade, que leva um indivíduo adulto a se sentir sexualmente atraído por crianças e adolescentes de forma compulsiva e obsessiva, podendo ou não levar ao abuso sexual de fato. Nem todo pedófilo é abusador. E nem todo abusador sexual é um pedófilo.

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