Como identificar os sinais de abuso sexual em crianças e adolescentes – Parte 2

Algumas formas de violência praticadas contra crianças e adolescentes deixam marcas no corpo das vítimas, conforme destacado em publicação anterior. Mas outras só se tornam visíveis aos olhos de pessoas que “aprendem” a ler suas evidências na no comportamento emocional da criança e do adolescente. Vítimas de abuso sexual manifestam que algo está errado por meio de seu comportamento, do sono, da alimentação e do desempenho na escola. Isso ocorre em diferentes situações. Por isso, é preciso analisar o contexto para saber como identificar os sinais de abuso.

Crianças e adolescentes que sofrem abuso sexual e violência doméstica podem dar sinais da situação através de mudanças de hábito e comportamento, tais como:

    • Medo ou pânico em relação a alguma pessoa ou sentimento generalizado de desagrado por parte da criança quando sozinha com alguém;

 

    • Medo do escuro ou de lugares fechados;

 

    • Mudanças extremas, súbitas e inexplicadas no comportamento, como oscilações no humor entre retraimento e extroversão;

 

    • Mal-estar pela sensação de modificação no corpo e confusão de idade;

 

    • Regressão a comportamentos infantis;

 

    • Tristeza, abatimento profundo ou depressão crônica. Fraco controle de impulsos e comportamento autodestrutivo ou suicida;

 

    • Baixo nível de estima própria e vergonha excessiva;

 

    • Culpa e autoflagelação;

 

    • Ansiedade generalizada e comportamento agressivo com alguns casos de transtornos dissociativos na forma de personalidade múltipla;

 

    • Interesse ou conhecimento súbito e não usuais sobre questões sexuais;

 

    • Expressão de afeto sensualizada ou provocação erótica;

 

    • Desenvolvimento de brincadeiras sexuais e masturbação compulsiva;

 

    • Relatos de avanços sexuais;

 

    • Desenhar órgãos genitais com detalhes e características além de sua capacidade etária;

 

    • Abandono de comportamentos infantis;

 

    • Mudança de hábito alimentar;

 

    • Padrão de sono perturbado;

 

    • Aparência descuidada e suja pela relutância em trocar de roupa;

 

    • Resistência em participar de atividades físicas;

 

    • Frequentes fugas de casa e prática de delitos;

 

    • Envolvimento em situação de exploração sexual;

 

    • Uso e abuso de drogas lícitas e ilícitas.

A frequência e o desempenho escolar somados com mudanças em relacionamentos sociais também merecem atenção:

    • Assiduidade e pontualidade exageradas;

 

    • Queda injustificada na frequência escolar;

 

    • Baixo rendimento causado por dificuldade de concentração e aprendizagem;

 

    • Pouca participação em atividades escolares;

 

    • Tendência de isolamento social;

 

    • Relacionamento entre crianças e adultos com ares de segredo e exclusão dos demais;

 

    • Dificuldade de confiar nas pessoas a sua volta;

 

    • Fuga de contato físico

Nas próximas semanas, daremos continuidade à essa sequência de publicações com a parte 3: Indicadores na conduta dos pais ou responsáveis.

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