CHILDHOOD
BRASIL
nas redes sociais
nas redes sociais
O isolamento social é considerado uma das medidas mais eficazes
para conter a disseminação rápida do novo coronavírus (Covid-19).
Atualmente, a maioria dos brasileiros convivem com a nova rotina,
que já foi adotada por diversos países para reduzir o contágio e a
letalidade do vírus. O fato de famílias estarem reunidas em suas
residências não significa que segmentos mais vulneráveis, como
crianças e adolescentes, estejam protegidos.
Sabemos que interrupções na escola e no dia a dia fazem com que
meninos e meninas percam o contato com adultos protetores, além de
aumentar o tempo que passam on-line. Em tempos de Covid-19, já
vemos um aumento da violência doméstica, do aliciamento (contato
através de meios digitais com crianças e adolescentes para fins
sexuais) e de maior disseminação de material sexual envolvendo
meninas e meninos nas redes. Apenas juntos, conseguiremos mudar
essa realidade.
DADOS DO MINISTÉRIO
Pelo levantamento do governo federal, crianças e adolescentes são o
quarto grupo com maior incidência de denúncias, atrás apenas de
violência contra pessoas socialmente vulneráveis, pessoas com
restrição de liberdade e idosos. Violação tradicionalmente
subnotificada, a violência sexual contra crianças e adolescentes
consiste em qualquer atuação que constranja a praticar ou
presenciar ato de natureza sexual, inclusive exposição do corpo em
foto ou vídeo por meio eletrônico.
Segundo o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos,
as denúncias de violação aos direitos humanos cresceram nos últimos
dias. De acordo com o ministério, foram registradas 1.133 denúncias
entre 14 a 24 de março de 2020 – período que coincide com medidas
de confinamento, como o início da suspensão das aulas em vários
estados. As principais violações registradas foram exposição de
risco à saúde, maus tratos e ausência de recursos para sustento
familiar.A violência pode acontecer por meio do abuso sexual, que
não precisa necessariamente ter o contato físico, ou a pela
exploração sexual, quando ocorre relação mediante pagamento ou
outro benefício. As principais vítimas são do sexo feminino, mas o
número de meninos vitimizados tem crescido. E na maioria dos casos,
a violação é cometida por uma pessoa conhecida ou do círculo
familiar da vítima.
De acordo com dados do UNICEF, as taxas de abuso e exploração
de crianças e adolescentes cresceram durante emergências de saúde
públicas anteriores. O fechamento das escolas durante o surto do
ebola na África Ocidental, de 2014 a 2016, contribuiu para picos de
trabalho infantil, negligências, abuso sexual e gravidez na
adolescência, por exemplo.
DICAS PARA CRIANÇAS OU ADOLESCENTES:
VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO(A)!
- Você deve ter um adulto em quem confie para conversar e contar
sobre o que acontece com você;
- Se alguma situação te causa desconforto, compartilhe;
- Não tenha medo/receio de buscar ajuda com uma pessoa de confiança
ou nos serviços públicos disponíveis. A violência só vai
cessar quando você contar o que está acontecendo;
- Lembre-se sempre: você não é culpado. O adulto é que tem o dever
de protegê-lo/a.
COMO AGIR SE ESTIVER SOFRENDO ALGUMA VIOLÊNCIA
- Se você foi ou está sendo vítima de violências (física,
sexual, psicológica): Se você SOFRER uma violência você
pode e deve pedir socorro, fale com um adulto de sua confiança ou
denuncie.
- Se você está sendo vítima de violência na
internet: Se você está sendo vítima de violência no
ambiente on-line (bullying, ameaças, vazamento de fotos ou vídeos,
pessoas te pedindo coisas estranhas e inapropriadas ou qualquer
outro tipo de violação) você pode conversar com um adulto de
confiança ou fazer uma denúncia. Os canais são: Safernet / APP
Direitos Humanos BR / Site MDH Ouvidoria / Delegacia On-Line.
- Se você for testemunha de alguma violência: Se
você TESTEMUNHAR que uma outra criança, adolescente ou adulto do
convívio está sendo vítima de violência, você pode contar pra
alguém de confiança ou denunciar também.
Para ver todos os canais de denúncia, clique aqui.
DICAS PARA ADULTOS:
CUIDE DA SUA ROTINA
Para cuidar da sua família, você também precisa cuidar de
você.
- Lembre-se que você não está sozinho, a pandemia atingiu a
todos;
- Dialogue com seu parceiro(a) ou aqueles que moram com você e
estabeleçam suas rotinas pessoais e profissionais;
- Crie momentos para o casal, para a família e para os amigos;
- Inclua momentos de pausa para relaxar, descontrair e fazer
exercícios;
- Tente manter a calma diante das diferentes situações e
dificuldades do dia-a-dia;
- Evite o consumo excessivo de álcool e outras drogas;
- Fique em casa.
COMO LIDAR COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM CASA DURANTE A
QUARENTENA
- Construa com a criança ou adolescente as regras de
convivência em família
- Estabeleça uma rotina diária, mas lembre-se de ser flexível;
- Inclua o tempo de brincar, ler, ver televisão e usar a
internet;
- Busque assistir programas com conteúdo educativo e aproveite para
melhorar o diálogo com a criança ou adolescente;
- Resgate brincadeiras lúdicas e manuais (desenho, pintura, entre
outros);
- Inclua exercícios na rotina;
- Em idade escolar, organize e acompanhe a rotina indicada pela
escola;
- Busque jogos de tabuleiro adequados para cada faixa etária;
- Aprenda sobre redes sociais, internet e novos gadgets com as
crianças e adolescentes;
- Tenha um tempo específico para cada criança ou adolescente da
família;
- Elogie e oriente seus filhos de forma positiva.
COMO ORIENTAR E PROTEGER CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO
AMBIENTE ON-LINE
- Construa com a criança ou adolescente regras de uso da internet e
defina tempo de utilização;
- Coloque os equipamento eletrônicos em área comum da casa;
- Se informe e procure conhecer os amigos virtuais da criança e do
adolescente;
- Explique que as imagens e informações que disponibilizamos no
ambiente online não são facilmente deletadas e podem se espalhar
rapidamente;
- Oriente a não divulgar dados pessoais e a não falar com
estranhos: é importante deixar claro que a maioria das regras que
se aplicam na vida real com relação a proteção e segurança também
valem para o ambiente digital;
- Observe se a criança ou adolescente fica muito tempo on-line;
- Fique atento quando a criança ou adolescente está navegando e
alguém se aproxima, fecha rapidamente a tela ou se conheceu alguém
no ambiente digital mas não quer falar muito a respeito.
COMO PROTEGER CRIANÇAS E ADOLESCENTES DA VIOLÊNCIA SEXUAL
DURANTE A PANDEMIA
O abuso sexual ocorre, na maioria das vezes sob um pacto de
silêncio.
- Dialogue de forma franca e sincera sobre as partes íntimas do
corpo, privacidade, diferença entre toques de carinho e toques
abusivos e reforçe que a criança ou adolescente pode e deve dizer
NÃO quando quiser;
- Oriente as crianças e adolescentes sobre quais são as situações
de risco e como ela pode se auto proteger em situações de
risco;
- Explique para a criança ou adolescente e a faça entender que
“segredos” não são uma coisa boa;
- Fale para crianças e adolescentes que elas devem escolher um
adulto em quem confie e se sinta segura para falar sobre suas
questões e situações;
- Observe crianças e adolescentes e seus comportamentos e fique
atento a sinais que elas podem dar de que sofreram alguma
violação:
- introspecção/ depressão;
- ansiedade/ raiva;
- rejeição a quem deveria ter afeição;
- se manifesta sobre sexo de maneira não
normal para idade.
- Sempre acredite na fala da criança ou do adolescente em caso de
revelação de alguma violência;
- Tome uma atitude para cessar o abuso (veja como agir abaixo).
COMO AGIR EM CASOS DE VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E
ADOLESCENTES?
É importante entender que a violência só deixará de
acontecer se ela for revelada.
- Em caso de suspeita: Se você SUSPEITAR que uma
criança ou adolescente está sendo vítima de violências, denuncie.
Os canais são: Disque 100 / Ligue 180 / APP Direitos Humanos BR /
Delegacia On-Line;
- Em caso de flagrante: Se você PRESENCIAR ou
TESTEMUNHAR uma situação de violência contra criança ou adolescente
chame a polícia militar. Disque 190;
- Em caso de violência on-line: Se você
IDENTIFICAR um caso de violência on-line envolvendo uma criança ou
adolescente, denuncie. Os canais são: Safernet / APP Direitos
Humanos BR / Delegacia On-Line;
Para ver todos os canais de denúncia, clique aqui.
Em caso de revelação de violação de direitos humanos, é
importante acolher a criança ou adolescente e ouvi-la atentamente.
Se uma violência sexual for narrada, reforce que a
criança/adolescente não tem culpa pelo que ocorreu. Saiba como agir
em casos de revelação de violências aqui, A denúncia deve
ser feita através dos canais de denúncia indicados.