Boas práticas: o Bem Me Quer Terê é conhecido como referência no atendimento a crianças e adolescentes vítimas de violências

Sabendo da importância de disseminar iniciativas que reforcem a proteção de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violências sexuais, a Childhood Brasil desenvolveu uma publicação que apresenta oito exemplos bem-sucedidos de Centros de Atendimento Integrado no Brasil e fora dele. A publicação Centros de Atendimento Integrado a Crianças e Adolescentes Vítimas de Violências: Boas Práticas e Recomendações para uma Política Pública de Estado tem o objetivo de incentivar municípios para que eles possam adequar seus sistemas de atendimento de acordo com a Lei 13.431/2017, que entra em vigor no país em abril de 2018.

Localizado em Teresópolis, cidade serrana do Rio de Janeiro, a iniciativa Bem Me Quer Terê funciona há quatro anos e é uma das experiências apresentadas como uma boa prática de centro integrado. Desde 2012, os gestores da região vinham buscando um formato de centro que, além de protetivo e qualificado para o atendimento de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, atendesse às características de um município de médio porte.

O projeto de Teresópolis saiu do papel e começou a funcionar dentro do Centro de Atendimento Materno Infantil logo após o Tribunal de Justiça implantar o Núcleo de Depoimento Especial de Crianças e Adolescentes (Nudeca) na capital do Estado. A unidade contava com equipes da Saúde e Segurança Pública, assim como a Polícia Civil. Em meados de 2015, a iniciativa foi instituída por Decreto Municipal e se transformou no programa Bem Me Quer Terê, que atualmente funciona em um prédio administrativo da prefeitura.

Além de servir como articulador da rede de atenção e proteção do município, o centro oferta um serviço integrado nas áreas de saúde e de segurança pública, sendo composto pelos seguintes órgãos:

– Secretaria Municipal de Saúde;

– Secretaria de Segurança Pública/Polícia Civil;

– Ministério Público/Promotoria da Infância e Juventude.

A fim de facilitar o fluxo de atendimento das vítimas, o Bem Me Quer Terê fica localizado no mesmo edifício da Secretaria de Saúde e é vizinho das sedes de órgãos como o Conselho Tutelar, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e o Ministério Público. Tal proximidade possibilita que o processo de atendimento seja realizado em menos tempo e, com isso, seja menos traumático para as crianças e seus familiares.

Por ter sede própria e não funcionar como um apêndice dos hospitais municipais, o centro conta com um ambiente simples e aconchegante. Há pequenas decorações espalhadas em alguns locais, como adesivos em paredes e bichinhos de pano, e toda a parte lúdica, com brinquedos, livros e jogos, fica na sala de atendimento da psicologia.

A equipe é composta por cinco profissionais da área da saúde, sendo uma coordenadora para a área de serviço social, uma psicóloga, um assistente social, uma enfermeira e uma médica hebiatra.

Para os profissionais da rede de atenção e proteção que atuam no local, o Bem Me Quer Terê facilitou seu trabalho, qualificou o atendimento e tornou mais protetiva a ação junto a crianças e adolescentes. A conselheira tutelar Renata Coelho afirma que “ter o Bem Me Quer foi um alívio, pois sei que agora há um serviço de referência que vai acompanhar os casos”.

Quer conhecer mais sobre essa e outras iniciativas? Confira a publicação na íntegra.

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