Arte pela proteção da infância

Das memórias que constituem quem somos, grande parte delas se dá nesse período tão breve e fundamental que chamamos de infância. Sendo a arte uma das formas mais íntimas de conexão com o instinto criativo humano, é ela que se desvenda como vínculo na primeira edição de “Arte pela proteção da infância”, projeto desenvolvido pela Childhood, que há 24 anos luta por uma infância livre do abuso e da exploração sexual.

Na Casa Higienópolis, espaço construído no início do século passado e tombado pelo Patrimônio Histórico, uma exposição de arte, moda e jóias, com curadoria de Ana Carolina Ralston e consultoria de Jacopo Crivelli Visconti, ambos curadores de arte independente, reúne obras que dialogam com os pilares da instituição.

A Casa Higienópolis

Por que um evento de arte?

Acreditamos que a arte é uma importante ferramenta para contar histórias difíceis e discutir esse tema que ainda é um grande tabu na sociedade brasileira.

Quem são os responsáveis pela curadoria e consultoria?

Nascido em Nápoles, Itália, em 1973, Jacopo Crivelli Visconti é crítico e curador de arte contemporânea. Residente em São Paulo, possui graduação em Lettere e Filosofia – Universita di Napoli (1996), é doutor em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (USP) e autor do livro Novas derivas (WMF Martins Fontes, São Paulo, Brasil, 2014; Ediciones Metales Pesados, Santiago, Chile, 2016). Como membro da equipe da Fundação Bienal de São Paulo (2001 a 2009), foi curador da participação oficial brasileira na 52ª Biennale di Venezia (2007).
Ana Carolina Ralston é pesquisadora e curadora de arte independente. Organiza e realiza textos e projetos para galerias e instituições, entre elas Pavilhão da Bienal, MIS-SP, Centro Cultural Correios, MuBA, Praça das Artes e Biblioteca Mário de Andrade. Foi curadora adjunta do museu FAMA, em Itu/SP, entre 2018 e 2020, onde assinou exposições de Louise Bourgeois, Arthur Bispo do Rosário, entre outras. Também foi diretora artística da Galeria Kogan Amaro, com unidades em São Paulo e Zurique. Como jornalista cultural, assinou como redatora-chefe a revista mensal do jornal O Estado de S. Paulo sobre moda e cultura, entre 2020 e 2023. Já foi editora sênior de cultura da Vogue Brasil, entre 2013 e 2018, e diretora da Harper’s Bazaar Art, em 2019. É mestra em jornalismo cultural pela Columbia New York University, na Espanha, e pós-graduada em arte, crítica e curadoria pela PUC-SP.

Exposição “Arte pela proteção da infância”

Visitas Guiadas na Casa

Visitas guiadas com especialistas serão oferecidas em todas as sessões.
Horário de início das sessões: 11h, 13h, 15h, 17h, 19h nos dias 24 e 25 de outubro; e 11h e 13h no dia 26 de outubro.

Artistas e galerias presentes

Maria Nepomuceno e Marcela Cantuária (A Gentil Carioca)
Amilcar de Castro, Leonilson, Maria Auxiliadora, Paulo Pires (A&D)
Joana Vasconcelos, Juliana Cerqueira Leite, Vânia Mignone (Casa Triângulo)
Macaparana (Dan Galeria)
Ernesto Neto, Leda Catunda (Fortes)
Artur Pereira, Manuel Graciano (Galeria Estação)
Antonio Julião, Diomar Dantas, Francisco Graciano (Galeria Jacques Ardies)
Janet Vollebregt (Luis Maluf)
Luiz Braga, Marcia de Moraes, Rodrigo Bivar (Leme)
José Bento, Tulio Pinto (Millan)
Daniel Senise, Lucia Koch, Tomie Ohtake (Nara Roesler)
Nazareth Pacheco (Verve)
Camille Kachani (Zipper)
Sônia Menna Barreto

Consultoria de parcerias moda e joias: Marina Conde

Moda: Cris Barros, De Goye e Shop2gether
Joias: Prasi e Rafael Moraes

OS ARTISTAS que farão parte da exposição

Almicar de Castro

O mineiro Amilcar Augusto Pereira de Castro é escultor, gravador, desenhista, diagramador, cenógrafo, professor. Um dos principais artistas plásticos brasileiros do século XX, Amilcar de Castro promoveu inflexões radicais e inovadoras no campo da escultura e da geometria, tornando-se referência incontornável para essa forma de expressão artística, tanto no Brasil quanto no mundo. A infância do artista foi de muitos deslocamentos pela profissão do pai, que foi desembargador. Depois de morar em diversas cidades, se instalou definitivamente em Belo Horizonte, em 1935, onde estudou direito e Belas Artes. Artisticamente, dá-se à passagem do desenho para a tridimensionalidade. Em 1952, muda-se para o Rio de Janeiro e trabalha como diagramador em diversos periódicos, com destaque para a reforma gráfica realizada no Jornal do Brasil. Depois de entrar em contato com a obra do artista suíço Max Bill (1908-1994), realiza sua primeira escultura construtiva, exposta na 2ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1953. Participa de exposições do grupo concretista, no Rio de Janeiro e em São Paulo, em 1956, e assina o Manifesto neoconcreto, em 1959. Há muito tempo fora da base, suas obras se estendem horizontalmente no solo e dialogam com a paisagem. Num percurso de cerca de cinco décadas, Amilcar de Castro experimenta infinitas possibilidades do plano. Resistente ao excesso de racionalismo, suas dobras tornam a geometria maleável e mais humana.

Antonio Julião

Mineiro de Prados, cidade próxima a São João del Rey, Antonio Julião tornou-se o maior expoente do grupo de artistas conhecido como “família Julião”, que iniciou um núcleo de escultores em madeira na cidade de Prados, na década de 60, tornando-se tradição na cidade que hoje é famosa por esta arte. Antonio realiza suas obras com força criativa, originalidade e evidentes recursos técnicos, em concepções de grandes proporções, em geral colunas esculpidas em um único tronco. Seus temas frequentemente revelam crítica social e ambiental, ao expressarem ao mesmo tempo temas como o da senzala, de evidente conotação social, e outros que retratam a visão utópica do homem em harmonia com a natureza, no paraíso.

Artur Pereira

O artista mineiro Artur Pereira nasceu em um pequeno distrito do município de Mariana, tem sete irmãos e suas lembranças são de uma infância difícil: começa ainda criança a trabalhar com o pai, lavrador e vendedor ambulante de panelas de pedra sabão, e pouco frequenta a escola. Durante a vida, exerce as atividades de lenhador, carvoeiro e, mais tarde, pedreiro e carpinteiro. Enquanto mora em um rancho longe da cidade, na época em que trabalha como lenhador, produz gamelas de madeira e, certa vez, esculpe em cedro uma gata que vive com ele. Apesar dos elogios, Artur Pereira deixa de lado a escultura e volta a ela apenas na década de 1960, quando passa a esculpir animais isolados, como boi, onça, cachorro e leão. Suas peças passam a ter maior projeção a partir dos anos 70, sendo vendidas em galerias de diferentes cidades do país. É nesse período que começa a ganhar dinheiro com suas esculturas e passa a dedicar-se exclusivamente a isso. Sua obra é admirada e acompanhada por marchands e artistas, como Amilcar de Castro. Em 1989, Artur Pereira tem individual no Espaço Cultural Companhia Vale do Rio Doce, no Rio de Janeiro. Suas peças são apresentadas em coletivas como Brésil, Arts Populaires (Paris, 1987) e Mostra do Redescobrimento (na Fundação Bienal de São Paulo, 2000). Em 2009, o Instituto Moreira Salles faz uma retrospectiva de sua obra, no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Camille Kachani

Camille Kachani nasceu em Beirute na década de 1960, aportando no Brasil em 1971, fugido da guerra no Líbano. Estudou fotografia, pintura e escultura e começou a trabalhar como fotógrafo de natureza. Aos poucos, migrou para um procedimento misto com imagem, colagem e escultura. Seu trabalho trata de conceitos como identidade e pertencimento, sugerindo, a partir de referências autobiográficas, que estes se formam a partir da aquisição de cultura, num movimento de construção/dissolução eternos. Propõe a tese que cultura e natureza são hoje indissociáveis, formando assim o corpus do ser humano contemporâneo, ideia que irá nortear sua produção, na qual produz objetos híbridos, que investigam as condições originais e primitivas dos elementos naturais. Kachani tem obras nos acervos dos principais museus do Brasil, como MAC-USP/SP, MAC-Niterói, MAM-RJ, MAM-SP, MAR (Museu de Arte do Rio) e MAC-PR, e fora do país, como no Museum of Latin-American Art (Los Angeles), Colección Metropolitana Contemporanea (Buenos Aires) e Centro de Arte Contemporáneo Wilfredo Lam (Havana).

Daniel Senise

Daniel Senise nasceu em 1955, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha. Formado em Engenharia Civil pela UFRJ em 1980, ingressou no ano seguinte na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, onde quatro anos depois tornou-se professor, vínculo que manteve até 1996. Um dos principais nomes da chamada “Geração 80”, a relação de Senise com a pintura é pautada por um pensamento crítico das técnicas clássicas, em busca de novas formas narrativas e pictóricas sobre o tempo, a memória e a fragmentação do mundo material. Em seu trabalho, o artista aplica uma gama de recursos para deslocar a figuração e outros elementos tradicionais da pintura, como a relação entre figura e fundo. Sua paleta fechada de cores surgidas a partir de materiais como prego oxidado, pó de metal, alumínio, madeira, laca, cimento, papéis e tecidos, colabora, paradoxalmente, para que sua pintura se amplie em múltiplos sentidos. Desde a última década, explora a temática da arquitetura e a tridimensionalidade de suas perspectivas no plano bidimensional, criando ângulos improváveis em salas vazias e monocromáticas, inventando um construtivismo pessoal em andaimes caóticos e grades enganosamente cartesianas. Sua obra se desdobra em experiências materiais, como as pinturas-colagens de páginas de livros de arte, para dali se expandir em esculturas e instalações de tijolos e chapas de papel reciclado.

Diomar Dantas

Diomar, também conhecido por “Homem das Velhas”, nasceu em uma cidade próxima a Juazeiro do Norte, mas se mudou para Juazeiro ainda na infância, aos 12 anos de idade. Já adulto e depois de uma temporada trabalhando como ambulante em Fortaleza, Diomar retorna para Juazeiro do Norte por onde peregrina por vários empregos, da construção civil ao trabalho de mototaxista. Mas foi sob a influência de Mestre Nino, um dos mais importantes escultores de Juazeiro, falecido em 2000, que Diomar ingressa no mundo da arte. Por ser vizinho de Nino, Diomar pôde acompanhar de perto o trabalho daquele que se tornou seu primeiro professor. No início esculpia apenas animais, mas logo se deu conta de sua preferência pelas figuras humanas, foram estas, aliás, que o projetaram no mundo da arte. As figuras de velhas, sozinhas ou em grupo, lhe renderam o nome de “Homem das Velhas” e passaram a ser o cartão de apresentação de seu trabalho que hoje se encontra exposto no Brasil e no exterior. Sua projeção atraiu o interesse de sua mãe, Raimunda Dantas, que além de aprender com o filho o trabalho com a madeira, também é uma das artistas que integra o Centro de Cultura Popular Mestre Noza.

Ernesto Neto

Ernesto Neto nasceu em 1965, no Rio de Janeiro. Seu trabalho envolve principalmente instalações e esculturas, e mantém um diálogo longevo com as interações espaciais promovidas pela arquitetura. O procedimento arquitetônico de Neto não ergue paredes ou bloqueios, mas erige membranas e peles, redes e invólucros. Há embutido nos seus espaços uma relação com a natureza, seja nas formas orgânicas que as estruturas assumem, seja no acolhimento que as instalações permitem. O público não é pressuposto como um grupo de observadores, mas incorporado desde o projeto às instalações. Os espaços de Ernesto Neto, que são percorridos, atravessados, habitados, também remetem aos penetráveis de Oiticica, precursores de seus ambientes plurisensoriais. De Oiticica, Neto aproveita também o olhar atento aos elementos da criatividade periférica, incorporando em seus trabalhos materiais e técnicas de construção vernaculares. As redes, material central na sua obra, permitem envolver, abarcar, pendurar, mas também são uma estrutura para deitar, uma ferramenta do descanso, da preguiça e da contemplação. O artista tem trabalhos em importantes coleções públicas, tais como 21st Century Museum of Contemporary Art, Kanazawa, Japão; Centre Georges Pompidou, Paris, França; Inhotim, Brumadinho, Brasil; MoMA – The Museum of Modern Art, Nova York, Estados Unidos; Solomon R. Guggenheim Museum, Nova York, Estados Unidos, entre outros.

Francisco Graciano

Francisco Graciano Cardoso é artista popular brasileiro. Filho do mestre Manoel Graciano, um dos mais importantes escultores do estado do Ceará, brincava desde a infância com a madeira, fabricando seus próprios brinquedos. Com o passar dos anos, passa a ver na arte, a exemplo de seu pai, a possibilidade de melhorar as condições de vida. Seu trabalho explicita sua preferência por elementos da natureza, onde os animais ocupam lugar de destaque e as cores vivas compõem o universo muitas vezes fantástico de suas obras. É na tranquilidade do sítio onde mora que ele dá asas à sua imaginação, buscando nos bichos as formas inscritas na madeira que transforma em esculturas.

Janet Vollebregt

Janet Vollebregt é arquiteta e artista visual nascida na Holanda, em 1969. Tem trabalhado na criação de ambientes acolhedores desde 1994 e, durante suas contínuas pesquisas sobre esses ambientes, passou a dedicar-se às artes. Em 2005, veio ao Brasil, onde viveu e trabalhou por 10 anos junto com seu parceiro, Xavier de Bode, estreitando relação com a natureza selvagem. Neste período, passou a experimentar a criação de objetos de arte e sua influência no bem-estar. Para além do universo artístico, dirige o projeto Casa Alto Paraíso no Brasil com o objetivo de proteger a natureza, os poços de água e os conhecimentos nativos sobre o uso das plantas. Janet tem mestrado em Arquitetura e mestrado em Inovação em Gestão do Ambiente Construído pela Delft University of Technology.

Joana Vasconcelos

Nascida em 1971, Joana Vasconcelos é uma artista plástica contemporânea portuguesa, reconhecida mundialmente pelas suas esculturas monumentais, cuja prática de 25 anos se estende ao desenho e ao vídeo. A sua obra atualiza o movimento de artes e ofícios para o século XXI, incorporando objetos do dia a dia, com humor e ironia, estabelecendo a ponte entre o ambiente privado e a esfera pública, questionando o estatuto da mulher, a sociedade de consumo e a identidade coletiva. A aclamação internacional chegou com a primeira Bienal de Veneza curada por mulheres, em 2005, com a noiva. Em 2013 voltou a chamar a atenção com trafaria praia, o primeiro pavilhão flutuante da história do certame, a representar Portugal. Mais jovem artista e primeira mulher a expor no palácio de Versalhes, em 2012, sua exposição foi a mais visitada na França em 50 anos, com um número recorde de 1,6 milhões de visitantes. Em 2018, tornou-se a primeira artista portuguesa a ter uma exposição individual no Guggenheim de Bilbau, que foi também uma das mais visitadas da história do museu.

José Bento

Artista plástico brasileiro, vive e trabalha na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais. Marcado pela natureza de seus troncos entalhados e repousados uns sobre os outros, Bento trabalha desde os anos 80 na interseção entre materiais típicos da escultura como a madeira e o metal, mas também alça voos através das imagens em movimento, da fotografia, do desenho, além de criar diálogos com a arquitetura por meio de silenciosas intervenções, de construções e desconstruções de objetos, instalações interativas e performances, utilizando principalmente materiais como a madeira — comumente oriunda de reformas e demolições —, a porcelana e o vidro. O domínio do material é a primeira preocupação de José Bento, que busca uma harmonia entre a rigidez e os movimentos dos veios da madeira.

Juliana Cerqueira Leite

Juliana Cerqueira Leite é uma escultora brasileira radicada em Nova York, conhecida por criar obras de grande escala que exploram a presença física do corpo humano. Cerqueira Leite recebeu a Bolsa da Fundação Pollock-Krasner 2019 pela exposição Orogénese no Museu Arqueológico Nacional de Nápoles, Itália, e o Prêmio Furla de Arte 2016, por sua contribuição para a 5ª Bienal de Arte Jovem de Moscou. Expôs seu trabalho em Bienais e Trienais internacionais, incluindo o Pavilhão Antártico da Bienal de Veneza de 2017, a Assembleia de Bergen 2019, a Bienal de Arte Jovem de Moscou, a Bienal de Marrakech e a Bienal de Escultura de Vancouver de 2014.

Leda Catunda

Leda Catunda é uma artista visual, pintora, escultora, artista gráfica e professora brasileira. É considerada um dos maiores talentos surgidos no âmbito da Geração 80, explorando os limites entre a pintura e o objeto. Expôs três vezes na Bienal Internacional de São Paulo, entre outras mostras de relevância no circuito artístico. Desde a década de 1980, Leda constrói um léxico visual que transita entre a cultura de massas e o artesanato, se valendo tanto da pintura abstrata e da escultura quanto das operações de colagem e apropriação da pop art. Aproveitando a voracidade imagética do nosso tempo, a artista cria obras hápticas – estofadas, rendadas e costuradas sobre materiais domésticos –, tornando o suporte o conteúdo ele próprio. A sua insistência sobre o fazer manual não deixa de sugerir uma dimensão íntima, aludindo a uma atmosfera familiar e pessoal. Com os meios à mão e sem dissimular os vestígios da fatura, seu “mundo macio” insinua um questionamento da afirmação da identidade pelo consumo, retrabalhando o descarte têxtil e os mecanismos da cultura comercial.

Leonilson

O cearense José Leonilson Bezerra Dias é pintor, desenhista, escultor. Em 1961, muda-se com a família para São Paulo. Entre 1977 e 1980, cursa educação artística na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), onde é aluno de Julio Plaza (1938-2003) e Nelson Leirner (1932). A obra de Leonilson é predominantemente autobiográfica e está concentrada nos últimos dez anos de sua vida. Segundo a crítica Lisette Lagnado, cada peça realizada pelo artista é construída como uma carta para um diário íntimo. Em 1989, começa a fazer uso de costuras e bordados, que passam a ser recorrentes em sua produção. Em 1991, descobre estar vivendo com HIV, e o fato repercute de forma dominante em sua obra. Seu último trabalho, uma instalação concebida para a Capela do Morumbi, em São Paulo, em 1993, tem um sentido espiritual e alude à fragilidade da vida. Por essa mostra e por outra individual realizada no mesmo ano, recebe, em 1994, homenagem póstuma e prêmio da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA). No mesmo ano de sua morte, familiares e amigos fundam o Projeto Leonilson, com o objetivo de organizar os arquivos do artista e de pesquisar, catalogar e divulgar suas obras.

Lucia Koch

Artista multimídia, escultora e fotógrafa brasileira. Sua produção constitui-se em torno das relações entre arte e arquitetura. A artista trabalha com a luz e a espacialidade, promovendo alterações que reorganizam a compreensão visual dos espaços e redefinem as percepções do público. Seu trabalho é influenciado pelo movimento da Matemática Moderna, que contribui para uma prática artística marcada por um pensamento investigativo em torno de diferentes modos de resolução de um problema lógico. Assim, método de pesquisa e de criação são aspectos essenciais do fazer artístico de Lucia Koch, que acrescenta novas experiências sensoriais e estéticas à arte brasileira, com intervenções que consideram os usos sociais e públicos dos espaços arquitetônicos. Ela é uma das fundadoras do grupo Arte Construtora; participou do Jardim Miriam Arte Clube (JAMAC) e atua no projeto ali: leste, ambos projetos que realizam ações artísticas na periferia paulistana. Sua obra está presente em coleções de importantes instituições culturais do Brasil e de outros países.

Luiz Braga

Luiz Braga, artista paraense, nascido em 1956, é conhecido como “fotógrafo amazônico” por sua vasta obra retratando cores, pessoas e paisagens da região, especialmente de sua cidade natal. Destaca-se pela particularidade de sua obra e por sua inventividade na exploração dos diversos elementos que compõem a arte de fotografar: luz, câmera e revelação. Autodidata, começa a fotografar aos 11 anos. Em 1975 inicia a trajetória profissional nas áreas de retrato, publicidade e arquitetura e ingressa na Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Pará (UFPA), onde se forma em 1983. Colabora com o jornal O Estado do Pará, em 1978, e cria o tabloide Zeppelin, no qual exerce as funções de editor e fotógrafo até 1980. Em 1979 realiza sua primeira mostra individual, I Portifólio, com imagens em preto e branco de caráter documental, buscando, sobretudo, captar flagrantes do cotidiano: são retratos de cenas de rua e de trabalhadores ribeirinhos. Suas principais referências são nomes históricos ligados ao fotojornalismo nacional e internacional, como Henry Cartier-Bresson (1908-2004), além de profissionais que atuam na revista Realidade como Maureen Bisilliat e Walter Firmo. Com suas fotografias, Luiz Braga revela ao Brasil uma parte que o próprio país desconhece ou se esquece. Em constante exploração de suas ferramentas, subverte cores, luzes e materiais. Por tudo isso, é um nome importante para a fotografia brasileira.

Macaparana

Macaparana, nascido em 1952, no Ceará, é pintor, desenhista e escultor autodidata. Iniciou sua carreira como pintor figurativo e realiza sua primeira mostra individual em Recife, em 1970, na Galeria da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur). Em 1972, muda-se para o Rio de Janeiro e em 1973, para São Paulo, onde se instala definitivamente. Durante cerca de 10 anos, expõe nas duas cidades trabalhos que tematizam o ex-voto. Em 1983, tem contato com Willys de Castro (1926-1988), expoente do neoconcretismo e decisivo para a mudança de seu trabalho. Participa da 21ª Bienal Internacional de São Paulo em 1991. Suas exposições, individuais e coletivas, já estiveram em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Brasília, México, Japão, Nova York e Londres. Em 2009 realiza exposição individual de esculturas, pinturas e desenhos na Galeria Cayon, em Madri, e participa da coletiva Materia Gris, na mesma galeria.

Manuel Graciano Brasil

Nascido em 1926, em Santana do Cariri, Ceará, migrou com a família para Juazeiro do Norte, no mesmo estado, em 1929. Começou a trabalhar a madeira aos 10 anos, “aprendendo com a natureza” a fazer pilões, gamelas e brinquedos. Casado e com três filhos, passou a produzir presépios e ex-votos. Foi o xilógrafo e cordelista Abraão Batista quem o incentivou a passar da roça à escultura. Manuel Graciano compõe grupos com vários personagens que formam um verdadeiro conjunto escultórico. O artista tem um veio de humor que pode crescer até o mais flamejante expressionismo em muitos de seus trabalhos. Manuel Graciano prepara suas tintas com anilina misturada a breu e álcool, antes de aplicá-las à imburana de cambão ou aroeira em que esculpe. Quando parte para composições talhadas em monobloco de madeira, prefere as formas animais à figura, pintando-as com pinceladas diferenciadas, sempre com harmonia tonal apurada. Francisco Cardoso (1966) e o neto Francisco Edinaldo dão continuidade ao seu trabalho. Participou da Redescobrimento (Fundação Bienal de São Paulo, 2000) e seu trabalho consta no acervo do Museu de Folclore Edilson Carneiro, Rio de Janeiro, e na Exposição de Arte Popular do Centro Cultural de São Francisco, João Pessoa, Paraíba. Sua trajetória está no “Pequeno Dicionário da Arte do Povo Brasileiro, Séc. XX”, de Lélia Coelho Frota.

Marcela Cantuária

Marcela Cantuária desenvolve a pesquisa artística há quase uma década, elaborando, por meio de um vocabulário plástico-formal, narrativas sobre como reencantar figuras femininas de luta contra o capital, contra o colonialismo e o patriarcado. A espinha dorsal de seu trabalho consiste em reverenciar aquelas que construíram e disputaram espaços na política, lutando com teoria e prática. De acordo com a crítica e curadora Clarissa Diniz, “suas pinturas instituem imagens nas quais essas mulheres não são índice de uma batalha perdida, mas ícones de uma territorialidade liberta e matriarcal: historicidade pautada num porvir por elas já habitado na medida em que foram suas histórias que o constituíram e que permitiram com que chegasse até aqui na forma de um futuro em luta”. Tais proposições, por conseguinte, atuam tanto como uma afirmação da identidade de mulheres latino-americanas invisibilizadas pelas narrativas hegemônicas, quanto como uma contribuição para a fabulação de outros possíveis.

Marcia de Moraes

A artista paulista, nascida em 1981, busca na abstração do traço e no preenchimento com lápis de cor o endereço poético para suas criações. Sua obra tem a coesão dos procedimentos que emprega; primeiro se dedica ao esboço dos traços feitos com grafite, fluidos e ágeis, para depois preencher com cores intensas as possibilidades delineadas — sem repetir formas ou combinações cromáticas. Seu trabalho é um turbilhão visual em constante transformação, com matizes únicas e traços expressivos. Suas obras articulam-se em dípticos e polípticos nos quais os traços e cores atravessam os limites do papel, por vezes encontrando continuações óbvias e por ora encontrando elementos díspares. Nas ocasiões em que a artista não se satisfaz apenas com o plano bidimensional, ela o corta, fragmenta e remonta, criando uma nova dinâmica entre as partes. Nessas colagens, os pequenos desenhos redimensionados pela cisão, quando remontados num jogo de encontros improváveis em diferentes planos, ganham uma tridimensionalidade inesperada. Tal exploração tridimensional culminou em sua recente pesquisa em esculturas feitas em cerâmica esmaltada, nas quais está presente o vocabulário imagético que vem desenvolvendo há dez anos em seus desenhos e colagens: línguas, dentes, ovos, cordões umbilicais, estruturas cilíndricas e circulares, ossos, caules, caudas, entre outros. Marcia de Moraes é Bacharel e Mestre em Artes pela Unicamp. A artista fez diversas exposições entre Brasil, EUA, Portugal e França. Entre suas individuais e coletivas destacam-se: “Matriz”, Galeria Leme, São Paulo (2022); “A Terceira”, no Centro Cultural Banco do Brasil (2021); “Elaine Arruda e Marcia de Moraes: Cheio de Vazio”, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo (2014); “À Deriva no Azul”, Carpe Diem Arte e Pesquisa, Lisboa, (2011).

Maria Auxiliadora

A mineira Maria Auxiliadora da Silva é pintora, costureira e bordadeira. É reconhecida por seus quadros com cores puras e vibrantes, pelos volumes e relevos feitos com massa acrílica e mechas de cabelo e por retratar cenas do cotidiano urbano e rural, além de temas afro-brasileiros, como terreiros, capoeira e rodas de samba. Oriunda de uma família de artistas, como escritores, músicos e pintores, essa imersão desde cedo em um ambiente criativo impulsiona suas experimentações. Sua mãe, embora não seja artista, incentiva os filhos a criarem e ensina bordado a Maria Auxiliadora, sendo uma grande influência em seus trabalhos. Autodidata, inova em suas técnicas de pintura sem frequentar uma escola formal. No início da carreira, a pintora expõe seus quadros na Praça da República, em São Paulo, local de encontro de artistas não inseridos no circuito. É nesse momento que conhece o crítico de arte e físico Mário Schenberg (1914-1990), que adquire diversas de suas obras e a apresenta ao cônsul dos Estados Unidos, que organiza sua primeira exposição individual, em 1970, na Mini-Galeria USIS, no Consulado Americano em São Paulo. Com a mostra, a artista passa a ter reconhecimento nacional e internacional. Expõe ainda na 10ª Bienal de São Paulo (1969); na Galeria Zimmer, em Dusseldorf, Alemanha (1972); e na Art Fair, em Basileia, na Suíça (1973).

Maria Nepomuceno

Maria Nepomuceno é uma artista carioca, nascida em 1976, conhecida por seus trabalhos escultóricos em malha. Começou a estudar arte aos 13 anos em cursos livres de desenho, pintura, escultura e teoria na Escola de Artes visuais do Parque Lage e tem como curso superior Desenho Industrial. Há alguns anos, dedica-se principalmente à escultura. Suas obras estabelecem uma relação entre o corpo e a natureza do micro ao macrocosmos e trançam as memórias de suas próprias origens e experiências, promovendo o encontro entre presente, passado e futuro.

Nazareth Pacheco

Nazareth Pacheco cursou Artes Plásticas na Universidade Presbiteriana Mackenzie em 1983. Desde 1980, desenvolve obras tridimensionais relacionadas com processos vivenciados pelo corpo feminino, histórico, literal ou simbólico. Frequentou o curso de monitoria da 18ª Bienal de São Paulo, sob a orientação do historiador e crítico de arte Tadeu Chiarelli, em 1985. Em Paris, frequentou o ateliê de escultura da École Nationale Supérieure des Beaux-Arts, em 1987. Entre 1990 e 1991, participou de workshops com Iole de Freitas, Carmela Gross, José Resende, Amílcar de Castro, Nuno Ramos e Waltercio Caldas. Em 1998, Nazareth participou da 24ª Bienal Internacional de São Paulo. Já em 2002, tornou-se mestra na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) com a dissertação Objetos Sedutores sob a orientação de Carlos Fajardo. Em 2003, sua obra Gilete Azul virou documentário, lançado e realizado pela psicanalista Miriam Schnaiderman. Nos últimos anos, participou de diversas coletivas no Brasil e no exterior, além de ter frequentado o “Salon” de Louise Bourgeois em Nova York, entre 1999 e 2006. Nazareth vem expondo há três décadas em galerias e museus no Brasil e no exterior, tanto em mostras individuais quanto coletivas.

Osmar Dalio

O artista paulistano, nascido em 1959, investiga o equilíbrio e a tensão entre as formas e o espaço. A “arquitetura” das peças escultóricas de Osmar Dalio se articula a partir de operações que exploram a materialidade, peso, resistência e equilíbrio inerentes aos materiais usados. A sua investigação sobre a relação entre formas-escultóricas e o espaço que as contém, tal como entre o cheio e o vazio da escultura, tem paralelos com importantes pesquisas da história da arte brasileira, tais como as de Franz Weissmann, Willys de Castro e José Resende. O trabalho com o aço corten, que passa por um longo e calculado processo de oxidação com uso de produtos químicos, lhe dá uma tonalidade única e uma textura aveludada. Todas as soldas, processos de oxidação e acabamentos apontam para um grande esforço do artista em eliminar o gesto, deixando que a escultura se apresente em sua plenitude.

Paulo Pires

Paulo Pires, que nasceu em Poxoréu, Mato Grosso, é desenhista e pintor, mas afirma que a escultura é seu dom. Puro afeto feito de barro. É nessa rica linguagem das cores que trabalha Paulo Pires. Retomando ensinamentos ancestrais, o artista explora o arenito, esculpindo objetos que parecem ressoar a saberes e imagens milenares. Como que por obra do milagre, vão aparecendo formas feitas de uma linguagem ao mesmo tempo sintética, sensível e muito afetiva. Um homem e uma mulher que se abraçam, um grupo de corpos unidos num gesto de afago. De tão delicados, esses trabalhos parecem trapacear com um sentido único, como se carregassem – tão somente – uma espécie de sugestão. Quem completa a forma do barro é aquele que a conclui na imaginação. Há algo de primordial nessas obras que sugerem um recorrido de histórias retiradas da matéria bruta. Os trabalhos aludem a uma série indistinta de silhuetas, e acabam por conferir às peças um certo ar telúrico. O trabalho é pura emoção, prova da essência humana, um convite à meditação sobre a própria finitude humana. Mais uma vez, o branco, o marrom, o vermelho amarelado, o marrom avermelhado viram matéria para o esboço de sentimentos e emoções viscerais.

Rodrigo Bivar

O brasiliense Rodrigo Bivar inicia sua trajetória no começo dos anos 2000, e sua produção pictórica deste momento aproxima-se da figuração, porém com um desejado estranhamento como no ângulo em que as figuras se encontram e na falta de hierarquias entre os elementos. Ao longo de sua trajetória, ao distanciar-se da figuração, Bivar reestrutura a pintura por meio da combinação de formas e massas de cor. Com frequência, pinta estruturas que orbitam pelo espaço pictórico propondo associações variadas. Como afirmou o curador Tiago Mesquita, em 2019, Bivar “trata o patético descompasso entre o que se espera e o que acontece com humor. A pintura para ele parece acontecer quando as pontas soltas se embaraçam e mostram que a exceção se tornou a regra”. Graduado em Artes Visuais pela Fundação Armando Álvares Penteado (2005 – São Paulo, Brasil). Em 2020, Bivar recebeu o prêmio da Bolsa Pollock-Krasner Foundation Grant 2020-2021. Também ganhou o Prêmio de Aquisição do Centro Cultural de São Paulo em 2008, quando realizou sua primeira exposição individual na própria instituição.

Tomie Ohtake

Pintora, gravadora, escultora, nascida em Kyoto, Japão, e radicalizada no Brasil. Tomie Ohtake mudou-se para o Brasil em 1936, fixando-se em São Paulo. Em 1952, iniciou em pintura com o artista Keisuke Sugano. No ano seguinte passou a integrar o Grupo Seibi, do qual participam Manabu Mabe, Tikashi Fukushima, Flavio Shiró, Tadashi Kaminagai, entre outros. Após um breve período de arte figurativa, a artista define-se pelo abstracionismo. A partir dos anos 1970 trabalhou com serigrafia, litogravura e gravura em metal. Surgem em suas obras as formas orgânicas e a sugestão de paisagens. Na década de 1980 passou a utilizar uma gama cromática mais intensa e contrastante. Dedicou-se também à escultura e realizou algumas delas para espaços públicos. Recebeu em Brasília o Prêmio Nacional de Artes Plásticas do Ministério da Cultura – Minc, em 1995. Em 2000, foi criado o Instituto Tomie Ohtake em São Paulo. A pesquisa acerca das possibilidades expressivas da pintura, sobretudo as transparências, as texturas e a vibração da luz, atravessa a obra de Tomie Ohtake. A artista também imprime sua marca com esculturas em grandes cidades brasileiras, como São Paulo e Rio de Janeiro.

Túlio Pinto

Ao longo dos últimos anos, Túlio Pinto tem desenvolvido um trabalho de pesquisa em escultura e instalação utilizando materiais industriais – concreto, vigas metálicas, vidro e aço – que se caracterizam através de sua composição e da forma como são apresentados e unidos. A intenção do artista é de promover encontros entre diferentes potencialidades e temperamentos, resultando em oposições que se sustentam no limite de suas potencialidades. Esses materiais, e a forma como se afetam mutuamente, são metáforas para as condições de existência do ser – transformação e instabilidade, possíveis equilíbrios e encontros, tempo e espaço – e se transformam em objetos de experiências e reflexão.

Vânia Mignone

Vânia Mignone nasceu em 1967, em Campinas, São Paulo, onde vive e trabalha. Formou-se em Artes Plásticas na UNICAMP e em Publicidade na PUC Campinas em 1989. A partir da década de 1990, envolve-se com pintura e desenho, duas vertentes que se conjugam em sua obra desde então. O eixo central de sua pintura é a narrativa, que se constrói a partir de figuras, palavras e objetos equilibrados sem hierarquias no plano da tela. A artista faz uso despojado de um repertório de personagens, artefatos e artifícios mundanos. Um rosto que poderia ser qualquer um, uma cadeira, uma planta doméstica. Na iconografia toda particular que Mignone desenvolve há alguns anos, o tratamento firme da tinta estabelece um fundo consistente; um terreno de possibilidades sobre o qual imagem e linguagem se retroalimentam, tecendo a trama narrativa. Resultam pinturas inconfundíveis, de paleta forte porém econômica, para que a variação de cores não perturbe a história evocada.

Sônia Menna Barreto

A artista plástica Sônia Menna Barreto, desde 1984, faz da sua produção artística a mais próxima expressão do homo ludens, o homem lúdico. Seu espírito criativo buscou terras e personagens que habitam a imaginação das pessoas de todas as idades. Sua técnica origina-se nos pintores flamengos do século XV, misturando hiper-realismo com minúcias da técnica francesa do Trompe L’oeil. Suas obras estão presentes em coleções particulares do Brasil e do exterior. Sônia Menna Barreto nasceu em São Paulo. Em 1980, começou a freqüentar o ateliê do artista Luiz Portinari, irmão de Cândido Portinari, no Centro de Artes Cândido Portinari. Durante este período, conheceu a vida artística, os movimentos, ouviu muitas histórias contadas por Portinari que conviveu com grandes pintores, escritores e poetas da época. Depois do contato com os trabalhos de Max Ernst, De Chirico, Magritte e Paul Delvaux, a obra de Sônia tomou a direção do Surrealismo. Essa fase foi decisiva para sua carreira, passando a desenvolver seu lado intimista e criativo, solucionando os problemas técnicos e temáticos por si própria sem o acompanhamento de professores. Em outubro de 2002, pela primeira vez uma obra brasileira passou a integrar a ROYAL COLLECTION, pertencente à Família Real Britânica, uma das mais importantes coleções de arte do mundo. Sônia Menna Barreto participou da cerimônia de entrega de um quadro original de sua autoria no Palácio de Buckingham.

As marcas de joia e moda que estarão no evento

Cris Barros

De Goeye

Fundada em 2002 pela estilista Cris Barros, a marca que leva o seu nome é reconhecida pela contemporaneidade das criações, qualidade em cada detalhe e um storytelling diferenciado, criando uma imagem única.

Há mais de 6 anos a CRIS BARROS apoia o trabalho das artesãs da Amazônia em parceria com a ONG Casa do Rio realizando um trabalho incrível de criação de peças a 4 mãos e outras ações com venda revertida. A marca tem como objetivo capacitar as artesãs da ONG na cadeia produtiva através de criações inovadoras, tornando-as cada vez mais autônomas sem abrir mão do comprometimento com a ética e a sustentabilidade da Amazônia.

Desde 2021 a marca também apoia A REDE SYNAPSE, iniciativa de professores de escolas públicas que capacitam outros professores e se ajudam mutuamente para promover alfabetização de qualidade para crianças de lugares distantes do Brasil.

Juntos, para cuidar e transformar.

As roupas da De Goeye são criadas a partir de uma convergência de memórias afetivas e vivências das estilistas Renata e Fernanda De Goeye.

Da infância na Nigéria, aos pareôs de sua mãe Yvonne, as criações nascem de seu universo interior com uma clara referência dos anos em que moraram na África.

O próprio nome da marca De Goeye carrega um legado familiar da loja E. De Goeye, fundada pelo bisavô francês Enrique De Goeye. Na década de 1950, localizada no centro de São Paulo, foi referência de artigos de luxo nacionais e de grandes marcas francesas.

O público da De Goeye valoriza as etapas processuais e o design autoral, elementos que estão no cerne da marca. Ao promovermos a feminilidade atemporal em nossa identidade, percebemos que nossas clientes vivem um amadurecimento em relação ao consumo: buscam menos quantidade e alta qualidade.

Nosso público entende o tempo de maturação de cada peça até chegar ao mais perfeito caimento, e buscam designs realmente especiais, com alta qualidade dos tecidos e acabamentos, valorizando o desenvolvimento do processo criativo.

Esperamos que a De Goeye seja uma ferramenta da expressão da individualidade de cada mulher.

Shop2gether

O Shop2gether é um hub de moda e lifestyle, um e-shopping com o maior e mais inovador portfólio de marcas do high end brasileiras.

Focado no estilo feminino e masculino, reúne uma criteriosa seleção de marcas, feita por curadores experts, para atender a um público em busca de exclusividade e praticidade aliados à uma experiência de compra única e excelência em serviços.

Como uma marca nativa do mundo digital, reafirma essa autoridade enxergando o mundo à frente e com uma enorme capacidade de selecionar o que há de mais interessante num lifestyle que inclui vestuário, jóias, acessórios, itens para casa, beleza e bem-estar – proporcionando que o público navegue por diferentes categorias em um único ambiente.

O Shop2gether tem uma curadoria exclusiva, que faz a ponte entre o que se pensa sobre moda e como ela é aplicada na vida real, além de ser a principal plataforma de lançamento de novos designers nacionais.

Fundado em 2012, o Shop2gether integra desde janeiro de 2017 o Icomm Group, que também detém o e-commerce OQ Vestir.

PRASI

Rafael Moraes

Desenhada pelas brasileiras Helena Sicupira e Mariana Prates, a PRASI é uma marca de joias resultado do casamento entre as técnicas clássicas de ourivesaria e a multiplicidade cultural brasileira presente na identidades das designers. A marca usa as técnicas de ourivesaria tradicional para criar joias refinadas e vibrantes com uma estética única.

O amor da PRASI pelo design moderno brasileiro foi infundido nas joias da marca. A filosofia da sua concepção foi inspirada por pessoas que apontaram o caminho para a arquitetura e a arte moderna no país, criando obras atemporais.

A filosofia da nossa marca está profundamente enraizada na rica herança cultural do nosso país e é inspirada em artistas individuais que moldaram a trajetória da arte e da arquitetura modernas no Brasil. Tendo esse legado como base, buscamos infundir o espírito do design moderno brasileiro e da natureza robusta em cada joia que criamos. Os designers modernistas brasileiros buscaram desenvolver um estilo novo e distinto que refletisse sua identidade, incorporando também influências internacionais.

É caracterizado por linhas limpas, geometria ousada e foco na forma.

Rafael Moraes é joalheiro, especializado em joias brasileiras dos Séculos XVIII / XIX e joias modernas do Século XX com ênfase na produção de Roberto Burle Marx.

Entendendo a joalheira como uma potente manifestação artística tem colaborado com frequência com Museus e instituições culturais para a inserção das joias no circuito cultural .

Estabelecido em São Paulo desde 1995, o escritório Rafael Moraes dedica-se à pesquisa e comercialização de joias concebidas pelos principais artistas brasileiros, contemporâneos e modernos.

Nos últimos anos, o escritório tem colaborado com importantes instituições brasileiras e internacionais, destacando o Museu Afro Brasil, Museu da Moda e do Design – MUDE em Portugal, Museu da Língua Portuguesa, galerias de arte e publicações especializadas.